Alexandre, ex mas ainda atual aluno da UFF, redator estagiário da DPZ, "criação sem pistolão", como diz o livro, blablabla. Feita minha apresentação, vamos ao que interessa.
Falar sobre novas tecnologias, ações mirabolantes, web 2, 3 e tantos ponto zero, bom. Mostrar como as coisas andam - ou correm - no exterior, muito bom. E depois o quê? Lá fora funciona, aqui não.
As barreiras estão caindo: above e below-the-line, atendimento e criação, agora on e offline. Ao menos em países mais desenvolvidos, ou que pensam à frente. Não é o que acontece no Brasil, onde parte da criação não pensa por completo, parte do atendimento é leva-e-traz (muito "traz", diga-se de passagem), parte dos anunciantes vivem com medo do novo e, é claro, onde o desenvolvimento do país é desigual.
Agora, ser diferente lá fora não muda o fato de termos a obrigação de fazer o melhor para nossos clientes aqui dentro, resolvendo seus problemas e construindo marcas e/ou resultados conforme o esperado. Se fosse apenas pra repetir ações feitas no exterior, bastava colocar uma pessoa recebendo e repassando material criado lá de fora para os clientes daqui. As agências seriam receptoras de material. Publicidade control c, control v.
Será que não vale a pena estudar o que acontece aqui, como pensam nossos empresários, o que esperam, como o povo reage às propagandas, para então pensar em campanhas completas e integradas? E quando digo completas não falo de empurrar Internet goelas alheias abaixo, mas de pensar no que realmente resolverá o problema do briefing. Quase indo contra o que faço: nem sempre propaganda é necessária. Por que não uma ação de guerrilha, evento ou RP?
Suzana Apelbaum, diretora de criação da Africa, deu uma entrevista na revista Propaganda de junho, onde fala sobre o "fuso horário criativo". Abaixo está a página escaneada. Na hora do almoço, porque estagiário tem que mostrar serviço até quando vai ao banheiro.
Que isso seja útil para nós - não só criativos, mas publicitários em geral - começarmos a pensar em como fazer propaganda de verdade. Sem modismos, sem adaptações, sem chupadas nas (propagandas) gringas. Inclusive, quem estiver entrando no mercado agora, como eu estou, tem a obrigação de mudar a mentalidade que vigora hoje. Mais ou menos como aquele papo de que as crianças são o futuro do país, mas sem deixar o futuro para a próxima geração de crianças.
Daqui a algum tempo, vamos ver quem vai sobreviver quando chegar a hora de pensar de verdade e por completo no cliente.
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6 comentários:
Primeiro o nosso interior, depois o nosso quarto, depois a casa, a o quarteirão, a rua, o bairro, a comunidade, a cidade, a região, o Estado, a Região, o País, o continente, o mundo.
Seria uma grande ordem de organização. Quase uma Ferramenta da Qualidade.
Vejo muitos deslumbrarem-se sempre com o "lá fora". Será que compensa enquanto o "dentro" - seja do brasil ou de si - permanece em descuido?
Ótimo Blog!
Submundana,
No século XXI, somos mais cidadãos do mundo do que imaginamos. A internet é a prova disso. O olhar interno deve ser regra e implícito em todos nós, o externo serve como refência, nada mais que isso.
Obrigado pela leitura e colaboração. Participe o quanto quiser, seja bem-vinda. Abr
Eduardo Barbato
Ótima reflexão...
Mas será que, num mercado como este, em que - quando estamos empregados - tudo é para ontem, dá pra parar pra pensar em, por exemplo, "como o povo reage às propagandas"? Quem pensa nisso tá fora do mercado, quem tá no mercado não pensa nisso... complexo!
Muito bom!! Acho que pensamos, mas definitivamente não como deveríamos.
É fato e realmente complexo. Mas a falta de planejamento e cobranças por resultados imediatos são heranças que devemos aos poucos tentar modificar.
Nosso trabalho não é estar sempre ligado em tudo o que acontece? Então, nada mais natural do que prestar atenção ao que está relacionado ao nosso meio.
Se nossa cultura fosse mesmo a de resolver problemas, mudaríamos. Por exemplo, não dá pra reduzir estrutura e querer que quem sobra faça mais. Ainda é bom ter vida pessoal, né?
Enfim, complexo mas fundamental.
"You can talk the talk, but can you walk the walk?" (não, não é um título pra um comercial da J. Walker), apenas uma provocação para o que foi dito...
Ja sou prolixo por natureza então não vou estender meus comentários, apenas definir em duas palavras: VIVÊNCIA e FEELING...
merda, não era pra terminar nesse tom cafona...
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